ATA DA SEXAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 16-8-2006.

 


Aos dezesseis dias do mês de agosto do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassiá Carpes, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mauro Pinheiro, Mônica Leal e Sebastião Melo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providência nº 1626/06 (Processo nº 4304/06); pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 1618 e 1619/06 (Processos nos 4295 e 4296/06, respectivamente); pelo Vereador Cassiá Carpes, o Pedido de Providência nº 1614/06 (Processo nº 4280/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 1616 e 1617/06 (Processos nos 4283 e 4294/06, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, o Pedido de Providência nº 1624/06 (Processo nº 4301/06); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de Providência nos 1620, 1621, 1622 e 1623/06 (Processos nos 4297, 4298, 4299 e 4300/06, respectivamente); pelo Vereador Raul Carrion, o Pedido de Providência nº 1615/06 (Processo nº 4282/06); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Providência nº 1625/06 (Processo nº 4302/06). Também, foi apregoado o Ofício nº 740/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 030/06 (Processo nº 4316/06). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10350803, 10354828, 10358528, 10363545, 10368939 e 10386689/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Qüinquagésima Quarta, Qüinquagésima Quinta e Qüinquagésima Sexta Sessões Ordinárias e da Trigésima Quarta e Trigésima Quinta Sessões Solenes. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor João Ricardo Friedrisch e da Senhora Neusa Maria da Rocha Carvalho, respectivamente Presidente e Vice-Presidenta da Associação Gaúcha de Doença Falciforme – AGAFAL –, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor João Ricardo Friedrisch, que registrou o transcurso, hoje, do Dia Municipal de Controle da Anemia Falciforme, discorrendo sobre as causas e os efeitos dessa enfermidade e salientando que ela afeta principalmente a população negra. Nesse sentido, prestou informações acerca das atividades de conscientização desenvolvidas pela AGAFAL e propugnou por políticas públicas estaduais e municipais que possibilitem o diagnóstico precoce da anemia falciforme. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion, Clênia Maranhão, Claudio Sebenelo, Adeli Sell, Ervino Besson e João Antonio Dib manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, solicitando Licença para Tratamento de Saúde de hoje ao dia dezoito de agosto do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na oportunidade, foram apregoadas Declarações firmadas pela Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris, Guilherme Barbosa e Gerson Almeida em assumirem a vereança de hoje ao dia dezoito de agosto do corrente, em substituição ao Vereador Aldacir Oliboni. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 018 e 019/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 143, 153, 170, 111/06, este discutido pelo Vereador Raul Carrion, 164/06, discutido pelos Vereadores Claudio Sebenelo e Raul Carrion e pela Vereadora Clênia Maranhão, e 175/06, discutido pela Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Executivo nº 024/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 167, 171, 174, 177 e 178/06, os Projetos de Lei do Executivo nos 023, 026, 027, 028 e 025/06, este discutido pela Vereadora Clênia Maranhão; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 017/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 256/04 e 093/06, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, 020, 130, 146, 149, 152, 160, 161, 162 e 148/06, este discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Projetos de Resolução nos 082, 085 e 086/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib reportou-se ao Projeto de Lei do Executivo nº 030/06, que dispõe sobre o aumento dos vencimentos, salários e proventos dos servidores públicos municipais, confrontando dados dessa proposição com as previsões do Orçamento Municipal. Nesse contexto, recordou a rejeição de Requerimento de sua autoria, que solicitava consulta à Comissão de Constituição e Justiça quanto à legalidade do Decreto Municipal nº 15.194/06. O Vereador José Ismael Heinen registrou sua participação, ontem, em Sessão Solene destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Arnaldo da Costa Prieto. Também, formulou críticas à política desenvolvida por empresas estatais ligadas ao Governo Federal, sustentando que a alta taxa de juros bancários inibe a capacidade de empreendimentos empresariais e reprovando o crescimento do lucro da Petrobras, em face do alto preço dos combustíveis. A Vereadora Manuela d'Ávila atribuiu ao Governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso as altas taxas de juros atualmente vigentes no Brasil e a falta de investimentos no ensino público. Ainda, destacou o que classifica como “políticas sociais includentes” do atual Governo Federal, citando projetos e melhorias na área da educação e incentivos em prol do desenvolvimento do esporte no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre. O Vereador Ibsen Pinheiro registrou a importância do jogo de futebol a ser realizado hoje a noite, entre o Sport Club Internacional e o São Paulo Futebol Clube, que definirão o campeão da Copa Toyota Libertadores. Também contrapôs-se às críticas do Vereador João Antonio Dib, no que diz respeito às decisões da Comissão de Constituição e Justiça para avaliação jurídica do Requerimento desse Vereador acerca do Decreto Municipal nº 15.194/06, que dispõe sobre o reajuste do funcionalismo. O Vereador Elói Guimarães comentou o homicídio do jovem Rafael Santos, ocorrido ontem, no Município de Cachoeirinha, solidarizando-se com os familiares da vítima e analisando a criminalidade atualmente constatada no Brasil. Em relação ao assunto, asseverou que é necessária a realização de uma reforma na legislação penal, mostrando-se favorável à ampliação do conceito de legítima defesa e à instituição de penas capitais no País. O Vereador Claudio Sebenelo saudou a equipe e a torcida do Sport Club Internacional, registrando sua crença na vitória desse clube no jogo a ser realizado hoje, às vinte e duas horas, no Estádio Beira-Rio, contra o time do São Paulo Futebol Clube. Nesse sentido, procedeu à leitura do poema “Vermelho Beira-Rio”, composto por Sua Excelência como uma comemoração antecipada da possível vitória do time gaúcho na final da Copa Toyota Libertadores. Na oportunidade, o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando resposta à sugestão que encaminhou à Mesa no ano de dois mil e cinco, para que conste da Agenda das Sessões Ordinárias a especificação do montante dos recursos estaduais recebidos pelo Governo Municipal para investimentos na área da saúde pública, tendo o Senhor Presidente determinado que Sua Excelência reiterasse formalmente esse pedido à Mesa Diretora e tendo se manifestado a respeito os Vereadores Sebastião Melo e Carlos Todeschini. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia Cavedon desejou sucesso ao Sport Club Internacional no jogo contra o São Paulo Futebol Clube na noite de hoje. Ainda, afirmou que o Poder Executivo não cumpre os prazos legais para responder aos Pedidos de Informação dos Vereadores e comentou declarações à imprensa, efetuadas pelo Senhor Garipô Selistre, ex-Diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, sobre problemas observados em contratos firmados por esse órgão. A Vereadora Maristela Maffei abordou o jogo de hoje à noite, entre os times do Sport Club Internacional e do São Paulo Futebol Clube, avaliando o significado, para a torcida colorada, da conquista da Copa Toyota Libertadores. Da mesma forma, asseverou que o povo gaúcho estará unido na busca desse título, devendo comparecer em grande número ao Estádio Beira-Rio, como reconhecimento do talento e profissionalismo do Sport Club Internacional nesse campeonato sul-americano. A Vereadora Clênia Maranhão analisou dados sobre as respostas dadas pelo Executivo Municipal aos Pedidos de Informação e Pedidos de Providência solicitados por Vereadores deste Legislativo, afirmando que o prazo para retorno desses documentos está sendo cumprido. Ainda, elogiou as políticas públicas do Prefeito José Fogaça, mencionando, como exemplos, o Projeto Cuidando da Cidade, o Programa Água Certa e os trabalhos de limpeza urbana realizados no Município. O Vereador Ervino Besson reportou-se ao pronunciamento efetuado nesta Sessão pela Vereadora Sofia Cavedon, em Comunicação de Líder, tendo como tema o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, e defendeu a gestão empreendida pelo Senhor Garipô Selistre quando no cargo de Diretor-Geral desse órgão. Também, teceu considerações acerca do assassinato do jovem Rafael Santos, ocorrido ontem no Município de Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Às dezesseis horas e vinte e um minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, João Carlos Nedel, Claudio Sebenelo e Ibsen Pinheiro, os três últimos nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza e Claudio Sebenelo, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. João Ricardo Friedrisch, representando a Associação Gaúcha de Doença Falciforme, a Agafal, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao Dia Municipal de Controle da Anemia Falciforme. Convidamos a Vice-Presidente da Associação, Srª Neusa Maria da Rocha Carvalho, a fazer parte da Mesa.

 

O SR. JOÃO RICARDO FRIEDRISCH: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores, senhoras, a Associação Gaúcha de Doença Falciforme é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, fundada em 15 de janeiro de 1999, como resultado do esforço colaborativo de pacientes do Centro de Atenção Global aos Portadores de Hemoglobinopatias do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, de familiares e de profissionais da Saúde, destacando-se as importantes atuações da Professora-Doutora Fani Job e da atual Chefe do Serviço de Hematologia e Transplante de Medula Óssea do HCPA, Professora-Doutora Lúcia Mariano da Rocha Silla.

A doença falciforme tem causas genéticas e acomete principalmente a população de afro-descendentes. Nessa condição, os glóbulos vermelhos perdem a sua elasticidade e adquirem a forma de foice, daí o nome: doença falciforme. Os glóbulos vermelhos, uma vez falciformados, agregam-se e impedem a passagem do sangue nos pequenos vasos, causando microenfartos em diferentes partes do corpo. As principais manifestações da doença são anemia grave, infecções freqüentes e crises de dor osteoarticular intensas.

No Rio Grande do Sul, a freqüência aproximada da doença é de um para cada oito mil nascidos vivos. No Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 25% dos portadores de doença falciforme não atingem os cinco anos de idade, e 70% terão óbito antes dos 25 anos de idade por complicações diretamente relacionadas à doença, quando não cobertos pelos programas de atenção integral e multidisciplinar.

A Agafal tem por objetivo primordial a conscientização da comunidade sul-rio-grandense para as diversas questões envolvidas no controle e tratamento da doença falciforme, exercendo o papel de elo entre a sociedade civil e os órgãos públicos ligados ao setor de Saúde. Somos um espaço de reflexão crítica sobre a construção do direito universal à saúde, especialmente no que diz respeito à doença falciforme - um grave problema de Saúde Pública do Brasil.

O nosso movimento definiu um programa assistencial dirigido a um grupo populacional dos mais excluídos: o afro-descendente e o pobre doente. Ao promovermos a saúde integral e o resgate da cidadania dos portadores de doença falciforme, acreditamos que, conseqüentemente, traçaremos um paradigma de políticas publicas de Saúde que poderão ser utilizadas no controle de outras doenças que acometem grupos marginalizados.

O papel da Agafal, nas discussões sobre a política estadual de assistência aos portadores da doença falciforme, tem sido relevante, ressaltando-se sua participação na implantação, em 1999, do Programa de Rastreamento Neonatal da Anemia Falciforme no Estado do Rio Grande do Sul, dois anos antes da publicação da Portaria do Ministério da Saúde, que instituiu esse procedimento obrigatório em nível nacional.

Os principais objetivos da Agafal são: buscar junto à rede pública de Saúde a sistematização da assistência integral e multidisciplinar para os portadores da doença falciforme; incentivar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico-tecnológico na área; oportunizar o rastreamento neonatal universal da doença e o aconselhamento familiar; lutar pelo levantamento epidemiológico da doença falciforme em todo o território brasileiro, a fim de que, a partir de dados cientificamente validados, consigamos avaliar a real magnitude do problema no País e, dessa maneira, traçarmos metas de solução proporcionais; e, por fim, incentivar a criação de políticas públicas que ampliem o acesso dos portadores da doença falciforme ao mercado de trabalho.

A instituição do dia 16 de agosto como Dia Municipal de Controle da Anemia Falciforme, através da Lei Municipal nº 9.382, de 8 de janeiro de 2004, de autoria do Ver. Raul Carrion, nos traz grande alegria e esperança: esperança de que possamos mudar radicalmente o lúgubre cenário da doença falciforme no País; esperança de que todos os nascidos realizem o rastreamento neonatal da doença; esperança de que todos os portadores da doença falciforme tenham direito à educação e ao trabalho; esperança, por fim, de que os portadores da doença falciforme possam contribuir, igualitariamente, na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Convido o Sr. João Ricardo Friedrisch a fazer parte da Mesa. Nós estamos sendo honrados com a presença da Vice-Presidente, Neusa Maria da Rocha Carvalho.

 

O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao Dr. João Ricardo Friedrisch, Presidente da Agafal, e à nossa amiga Neusa Maria Carvalho, Vice-Presidente. É importante a vinda de vocês no dia de hoje aqui, em função do Dia Municipal de Controle da Amenia Falciforme, uma lei aprovada por unanimidade nesta Casa, lei feita por mim, junto com o Ver. Nereu D’Avila, que também contribuiu para que ela se tornasse realidade. Essa data busca tornar visível essa doença que atinge mais a etnia negra, ainda que não somente a etnia negra, e que tem sido mantida, de certa forma, na invisibilidade. O nosso serviço de Saúde tem dificuldade, salvo alguns trabalhos como o que é feito no Hospital de Clínicas, no Conceição, da Criança, muitas vezes são desconhecidas as causas, os tratamentos, as medidas que podem ser tomadas em relação à doença. Esta data, 16 de agosto, se deve a uma sugestão de uma outra entidade bastante participativa, que é a Capafe, que sugeriu por ser a data do Orixá Xapanã, orixá da saúde.

Eu queria, porém, lamentar, porque, infelizmente, apesar de a lei colocar que a coordenação desse dia e o conjunto de atividades previstas - articulando-se com o Ministério da Saúde, articulando-se com a Secretaria Estadual da Saúde, deveriam ser da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em que pese, Ver. Luiz Braz, havermos contatado a Secretaria Municipal da Saúde no sentido de articularmos um movimento maior para este ano, isso não foi conseguido. E lamentamos a ausência, aqui, da Secretaria, seja da Saúde do Município, seja do Estado, porque, no ano passado, tivemos a oportunidade de fazer um evento importante com a presença de ambos os Secretários.

De toda forma, saudamos a Agafal e registramos também, para concluir, que está sendo realizado um evento no Grupo Hospitalar Conceição, aberto na segunda-feira, e que, hoje à tarde, a Capafe estará realizando atividades lá no Vida Centro Humanístico.

Então, esperamos que, em 2007, possamos ter, Dr. João, prezada Neuza, que também é mãe de pacientes, um evento de mais peso, para que essa doença seja enfrentada no nível necessário. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Queria acolher, com todo o carinho, a Neusa Carvalho, o Dr. João Ricardo, que vêm comemorar o Dia Municipal da Anemia Falciforme - que não tem nada que ver com falsidade, tem muito mais a ver com foice, com o formato de foice, é a distribuição dentro das células, no núcleo das células.

Em relação às hemoglobinopatias, nós encontramos também, na cidade de Porto Alegre, no solo brasileiro, o problema do preconceito. Durante muito tempo, a anemia falciforme foi jogada de lado, até que nós tivéssemos os trabalhos da nossa saudosa e muito querida Dra. Fani Job e, agora, da Doutora Lúcia Maria Silla. Nós temos o Hospital de Clínicas e agora também o Hospital Cristo Redentor. A bem da verdade e fazendo justiça, este movimento deu suporte importante para que duas coisas fundamentais fossem encaminhadas: a primeira delas, o diagnóstico e o tratamento das hemoglobinopatias e, na raça negra, a questão da anemia falciforme; em segundo lugar, a questão do preconceito, e isso tem que ser exaustivamente denunciado.

Nós, como sociedade, muitas vezes inconscientemente, temos seqüelas ainda das estruturas escravistas, e uma delas foi, indiscutivelmente, a colocação em segundo plano de uma doença que, para nós, ainda é um flagelo e ainda nos preocupa por inclusive fazer parte do acervo genético de uma raça que já foi tão injustiçada com uma doença da sociedade chamada escravismo. Agora, outra doença vem punir uma raça que hoje está no coração de cada um dos brasileiros.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queria, em nome da minha Bancada, a do PPS, saudar a Neusa, saudar todas as pessoas que acompanham esta Tribuna Popular e também o Dr. João Ricardo e os dirigentes da Agafal, que é uma entidade que tem desempenhado, na nossa Cidade, um papel fundamental na luta pelo atendimento aos portadores da anemia falciforme.

Quero dizer que acompanho o trabalho de vocês desde 2002, quando encaminhei a esta Casa um Projeto de Lei, agora lei no nosso Município, que dá obrigatoriedade ao exame que nós, leigos, chamamos de exame do pezinho. Isso me permitiu, naquela oportunidade, conhecer inclusive as dificuldades que vocês tinham para fazer com que os profissionais da Saúde colocassem essa doença entre suas preocupações para estudos e pesquisas.

Infelizmente no Brasil, hoje, doenças como a anemia falciforme só são visíveis ao conjunto da sociedade quando ONGs como a de vocês lutam pelo diagnóstico precoce, pelo atendimento, e vocês têm demonstrado à sociedade uma legítima inconformidade com a deficiência de atendimento, com o preconceito, que se perpetua, e com o modelo de Saúde, que não privilegia as ações de prevenção.

Eu acho que também devíamos estender as congratulações, Sr. Presidente, ao Hospital de Clínicas. Eu conheço inclusive as parcerias estabelecidas com a entidade que vocês representam.

Queremos também colocar, neste dia em que se comemora o Dia Municipal de Controle da Anemia Falciforme, a nossa solidariedade e a nossa vontade de continuar sempre à disposição de todos aqueles que lutam pela garantia de um atendimento à saúde com qualidade e preventivo a todos os portadores, e também nos colocamos à disposição dos familiares dos portadores de anemia falciforme. Parabéns pela luta de vocês, que cresçam em sucesso e em resultados positivos.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, meus caros representantes da Agafal, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, queremos empenhar a nossa solidariedade à sua luta e queremos destacar a importância que têm instituições como a Agafal, assim como outras entidades - Agam, Agafape, Agapem - que cuidam de problemas específicos na área da Saúde. Se não fossem essas entidades, a nossa tragédia seria muito maior, porque só com esse esforço, com esse olhar específico sobre determinados problemas das patologias é que estamos conseguindo forçar os Governos a fazer atividades e a cumprir a determinação constitucional de que a Saúde é um direito de todos.

É um dever do Estado fornecer medicamentos, mas, antes de fornecer medicamentos e tratar, o Estado tem a obrigação de divulgar o que é a anemia falciforme, porque é dessa maneira que nós vamos diagnosticar. Tempos atrás praticamente não se falava na mucoviscidose, e, depois de campanhas que as entidades fizeram e fazem hoje, é que se vê que as pessoas vão ao médico, falam mais do problema que têm, e aí se detecta efetivamente a patologia.

Portanto, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, recebam a nossa solidariedade, queremos abrir os mandatos dos nossos sete Vereadores para esse tipo de parceria, de atividade, de militância, em defesa da Saúde Pública de qualidade. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Luiz Braz. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da Bancada do PDT, constituída por este Vereador, pelos Vereadores Dr. Goulart, Presidente desta Casa; Nereu D’Avila, Mario Fraga, João Bosco Vaz e pela Verª Neuza Canabarro, quero saudá-los. Nós nos juntamos a essa luta de vocês, que não é de hoje.

Tenho acompanhado, desde os anos em que trabalhei na Assembléia, essa grande luta, uma luta extraordinária da nossa querida amiga, uma mulher incansável, como também o são as outras pessoas, para tentar amenizar o problema da anemia falciforme. Eu penso que hoje, pela luta de vocês, do Dr. João Ricardo e de outros médicos que se juntaram nessa batalha, deveria ser resolvido esse problema, porque é preciso encontrar uma solução. Talvez falte uma pesquisa mais profunda.

Se formos olhar a história deste País, meu caro Presidente, vamos ver o que representou e continua representando a raça negra, de que a gente fala com tanto carinho. Vejam os grandes monumentos que são tombados como patrimônio histórico: ali está a mão do negro. Eu falo isso, meu caro Presidente, com muito carinho, porque tenho vivo na lembrança que quem nos cuidou naquele período de jovens lá do Interior, pois minha mãe estava com problema sério de saúde, foi um negro. Ele tinha a responsabilidade de cuidar de toda a nossa propriedade e de nós, pequenos. Nosso pai se encontrava em Porto Alegre, cuidando de nossa mãe, doente, que veio a falecer ainda muito jovem. Eu tenho uma recordação muito profunda da raça negra e um carinho muito especial pela luta de vocês.

Tudo o que a sociedade e nós fizermos para vocês ainda é pouco. Acredito que a Bancada do PDT e a Casa como um todo vão estar juntos nessa luta. Que Deus ilumine a sua caminhada e de outras pessoas que a ela se juntarem! Que pelo menos se consiga amenizar, pois é um sofrimento que vem ao longo da história, mas, se Deus quiser, com a luta de todos e com o avanço da nossa Medicina, nós vamos resolver esse problema, que é de várias pessoas. Parabéns pela luta de vocês, que Deus ilumine essa caminhada. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, convidados do dia de hoje, em nome do PMDB e do PP, eu quero aplaudir a Associação Gaúcha que trata da anemia falciforme. Quero também dizer da tristeza em ver que um País como o nosso, que gasta tanto em publicidade, não pode ajudar aqueles que realmente precisam, até porque a nossa Constituição diz que a Saúde é direito de todos e dever do Estado. É por isso que a Associação tem de fazer um apelo muito inteligente (Lê.): “Ao abrir o teu coração para a nossa luta, estarás salvando vidas e fortalecendo o teu papel de cidadão na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”.

Nós fazemos votos de que a coletividade se sensibilize e ajude um pouco mais a Associação, porque o seu objetivo realmente é maravilhoso, proteger aqueles que precisam e que não têm as condições necessárias para serem salvos. Saúde e PAZ! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Nós queremos agradecer muito a presença do Dr. João Ricardo Friedrisch, Presidente da Associação Gaúcha de Doença Falciforme, a Agafal, e também da Vice-Presidente da Associação Gaúcha, Neusa Maria da Rocha Carvalho. O Dr. João Ricardo é médico do Hospital das Clínicas, dedica-se exatamente a fazer com que pessoas que são portadoras dessa doença possam ter seus problemas minimizados. A Srª Neusa Maria da Rocha Carvalho, Vice-Presidente, tem uma pessoa da sua família com doença falciforme e luta muito para que todas as outras pessoas possam sofrer um pouco menos. Quem sabe um dia nós possamos ter a cura da doença falciforme.

Quero agradecer muito aos senhores, à Comissão Especial de Política de Promoção da Acessibilidade e da Mobilidade do Grupo Hospitalar Conceição. Muito obrigado também pela presença dos senhores aqui na nossa Câmara Municipal.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h44min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz – às 14h46min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Aldacir Oliboni solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 16 a 18 de agosto de 2006.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de Licença do Ver. Aldacir Oliboni e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 2921/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 111/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que institui e oficializa como evento de natureza sociocultural e turística a Feira de Artesanato do Divino, a ser realizada no Largo Dr. José Faibes Lubianca, no Bairro Bom Fim, aos sábados, de forma permanente, das sete às dezessete horas, e incumbe o Executivo Municipal de definir critérios para a coordenação e fiscalização da Feira.

 

PROC. N. 3396/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 143/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que autoriza o Executivo Municipal a construir monumento em homenagem à memória do Trovador e Compositor Gildo de Freitas, preferencialmente no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em parceria com instituições públicas e privadas

 

PROC. N. 3597/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 153/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que denomina Rua Nelson Nilo Fachinelli o logradouro público cadastrado, conhecido como Beco 1 Rua Dona Teodora, localizado no Bairro Humaitá.

 

PROC. N. 3695/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 164/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Manuela d’Ávila, que institui homenagem ao povo brasileiro pela campanha cívica em prol do monopólio estatal do petróleo e pela criação da PETROBRAS, denominando “O Petróleo é nosso” o espaço na Praça da Alfêndega onde se encontra a histórica Torre de Petróleo.

 

PROC. N. 3710/06 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 018/06, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui o Sistema de Compensação de Crédito entre impostos, taxas, contribuições e emolumentos cobrados pela Administração Pública Municipal, direta e indireta.

 

PROC. N. 3745/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 024/06, que autoriza a permuta de próprio municipal, localizado na Av. Teixeira Mendes, 359, recebido por herança jacente, por área particular localizada na Rua Divisa nº 1244, Bairro Cristal, para fins de cedência, através de permissão de uso, à ONG - Movimento Escola da Vida.

 

PROC. N. 3911/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 170/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Marivaldo Antonio Tumelero.

 

PROC. N. 4010/06 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 019/06, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que isenta do pagamento da Taxa de Coleta de Lixo o Círculo Operário Porto Alegrense (COPA).

 

PROC. N. 4040/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 175/06, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que declara de utilidade pública a Associação Cultural e Beneficente Ilê Mulher.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 3743/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 023/06, que declara de utilidade pública a Sociedade Espírita Amor do Mestre Jesus.

 

PROC. N. 3844/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 167/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que altera a ementa e o caput do art. 1º da Lei nº 7.587, de 5 de janeiro de 1995, estabelecendo o ano de 2007 como Ano de Identificação de Logradouros.

 

PROC. N. 3868/06 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 003/06, que altera e revoga dispositivos da Lei Complementar nº 460, de 22 de dezembro de 2000, e dá outras providências.(Fundo Municipal de Reaparelhamento do Corpo de Bombeiros)

 

PROC. N. 3920/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 171/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que altera o art. 2º da Lei nº 3.397, de 2 de julho de 1970, que disciplina o comércio de jornais e revistas nas vias públicas e outros logradouros públicos, priorizando a concessão de licença para o estabelecimento de bancas de jornais e revistas a pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos.

 

PROC. N. 3958/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 025/06, que institui o Dia Municipal da Defesa Civil, a ser comemorado anualmente, no dia 10 de outubro, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N. 4002/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 026/06, que altera a redação do inciso IV da Lei nº 7.084, de 11 de junho de 1992, que condiciona a contratação de obras, projetos, serviços e fornecimentos ao Município de Porto Alegre à apresentação dos documentos que arrola, e revoga a Lei nº 8.874, de 08 de janeiro de 2002. (exclui exigência de Certidão Negativa de Infração ao disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF)

 

PROC. N. 4003/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 027/06, que declara de utilidade pública a Fundação Sol para Reconstrução Social.

 

PROC. N. 4005/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 174/06, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que denomina Rua Hermes Francisco da Silva o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Quatro - Estrada Chapéu do Sol, localizado no Bairro Belém Novo.

 

PROC. N. 4051/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 177/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Monsenhor Severino Brun o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua 607 - Loteamento Dona Teodora, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. N. 4052/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 178/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Padre Blasio Vogel o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua 605, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. N. 4081/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 028/06, que autoriza a desafetação pelo Executivo de próprios municipais.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 3549/04 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 256/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que denomina Rua Celso Afonso Soares Pereira o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 1934, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. N. 0642/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 020/06, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Erondina Viegas Machado um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N. 2281/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 093/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que denomina Rua Avelino Angelo Andreis o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua G Jardim Guanabara, localizado no Bairro Partenon.

 

PROC. N. 3074/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 130/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Rua Profa. Dra. Hebe Tourinho o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 5029, localizado no Bairro Hípica.

 

PROC. N. 3506/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 146/06, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Milton Chies.

 

PROC. N. 3516/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 148/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui o Dia do Consumidor, a ser comemorado, anualmente, no dia 15 de março, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N. 3528/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 149/06, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que denomina Rua Sebastião do Nascimento o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 2042 - Loteamento Timbaúva, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. N. 3566/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 082/06, de autoria da Bancada do Partido Democrático Trabalhista, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Educadora Isoly Cademartori.

 

PROC. N. 3578/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 152/06, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Luiz Menezes o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua 7154 - Loteamento Vila Nova Restinga, localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. N. 3618/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 160/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Simão Frutuoso Tavares o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco I - Vila Correa Lima I, localizado no Bairro Santa Tereza.

 

PROC. N. 3654/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 161/06, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que denomina Rua Encantada o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Dois - Rua Octavio de Souza, localizado no Bairro Nonoai.

 

PROC. N. 3656/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 162/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Manuela d'Ávila, que institui a Política Intersetorial de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares e de Medicamentos Fitoterápicos no Município de Porto Alegre.

 

PROC. N. 3683/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 085/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Esportista Exemplar ao atleta Fabrício Neis.

 

PROC. N. 3718/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 086/06, de autoria do Ver. Paulo Odone, que concede o Troféu Destaque Zaida Jarros ao Senhor José Antonio Pinheiro Machado.

 

PROC. N. 3724/06 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 017/06, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera o art. 50 da Lei Complementar n. 12, de 7 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, atribuindo as penalidades de advertência por escrito, multa de 50 UFMs e, na reincidência, o dobro da multa pelo descumprimento do disposto neste artigo. (obrigatoriedade de ascensorista em elevadores)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, prossegue a fúria legiferante desta Casa e até do Executivo Municipal, que mandou um pouco mais de projetos de lei do que normalmente ocorria. Mas eu acho, Sr. Presidente, e sempre afirmei, que as leis devem ser claras, precisas e concisas, para serem respeitadas. Hoje nós temos nove novos Processos na Pauta; em segunda discussão há 11; em terceira há 15; são 35 Projetos de Leis e de Resolução na Pauta do dia de hoje.

Eu vejo aqui, em primeiro lugar, o PLL nº 256/04, da Verª Margarete, que deseja denominar uma rua de Celso Afonso Soares Pereira; são quatro nomes. Eu acho que a pessoa não seria conhecida por todos esses nomes, deveríamos destacar dois, no máximo três nomes pelos quais a pessoa era conhecida para que facilite o reconhecimento da pessoa homenageada.

O Ver. Dr. Goulart, no PLL nº 093/06, pretende homenagear o meu querido amigo, de saudosa memória, Avelino Andreis, assim ele era conhecido; se colocarmos Avelino Angelo Andreis, alguém pode ter dúvida de que seja a mesma pessoa.

O Executivo Municipal encaminha a esta Casa o PLE nº 024/06, em que propõe uma permuta, segundo o Prefeito - e ele assinou, tem de ter mais cuidado -, de um bem dominical. Esse bem dominical não existe, é dominial, e ainda explica que bem dominical, segundo o Prefeito assina, é um bem público municipal sem destinação específica. Mas isso aí, evidentemente, é um erro de datilografia, só posso interpretar assim, mas o Projeto de Lei em si, este eu acho que deve voltar para o Prefeito. (Lê.) “Autoriza a permuta do próprio municipal localizado na Av. Teixeira Mendes...”. Não é verdade, está localizado na Rua Teixeira de Freitas. Então, agora fica a questão: nós podemos trocar a ementa do Projeto que o Prefeito assinou? É a Av. Teixeira Mendes ou a Rua Teixeira de Freitas? Claro que, quando eu leio o Projeto de Lei, eu vejo que ele está falando da Rua Teixeira de Freitas, eu conheço a Cidade, conheço as ruas da Cidade, não é da Rua Teixeira Mendes, que é no bairro Chácara das Pedras. Não sei como é que o Prefeito vai proceder para fazer a modificação, nem sei se vai fazer a modificação, porque as coisas que vêm do Prefeito, às vezes, não têm a mínima consideração com esta Casa, como é o caso da reposição salarial dos servidores municipais. Eu estou levantando o problema, evidentemente uma solução será encontrada, não cabe a mim, porque eu não sou da Comissão de Justiça, aquela que não quis analisar o Decreto do Sr. Prefeito Municipal quanto à legalidade ou não; eu acho que a Procuradoria da Casa, ao examinar o Projeto, vai ver que está equivocado, não sei se o devolve ao Prefeito ou qual será o caminho. Mas, de qualquer forma, a ementa e o Projeto não têm nada que ver um com o outro. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, dois assuntos me trazem a esta tribuna. O primeiro deles é que estou pensando em fazer um projeto nesta Casa, transformando o ano legislativo de 365 dias em um ano de 730 dias! Porque há Projetos, por exemplo, como o do Ver. Adeli Sell, que propõe a criação do Dia do Consumidor... Olha, há tantas propostas de dia disso, dia daquilo, que acho eu que o ano tem um número muito pequeno de dias para abrigá-los! Então a minha proposta é apresentar um projeto de lei transformando o ano de 365 dias em um ano de 730 dias, assim talvez supra a voracidade do número de dias a serem festejados, ou, então, a gente terá de comprar óculos de dupla visão, tal o número de dias propostos.

O outro assunto é uma crítica que eu gostaria de fazer ao Ver. Raul Carrion e à Verª Manuela, que instituem, pelo PLL nº 164/06, uma homenagem ao povo brasileiro pela campanha cívica em prol do monopólio estatal do petróleo e pela criação da Petrobras, dando o nome de “O Petróleo é Nosso” a uma torre já existente na Praça da Alfândega. O petróleo há muito tempo deixou de ser nosso, passou a ser meta nacional, e queria só explicar por que estou falando isso. Hoje a Petrobras senta-se à mesa dos produtores de petróleo com a mesma postura imperialista e, exatamente, com a mesma forma de imposição da sua política de monopólio, não mais de um País, mas de uma multinacional. Isso é, ela está acima das questões nacionais, ela está numa colocação de meta nacional além das nações, muito acima das nações, impondo política ao mundo inteiro e, especialmente, ao País onde esse tipo de política é tão combatido e abjetado pelos Vereadores do Partido dos Trabalhadores e do Partido Comunista do Brasil.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebenelo, não vou entrar em maior profundidade no assunto, porque vou falar na Pauta e quero poupar o seu tempo. Quero só esclarecer que não proponho o “dia do petróleo é nosso”, proponho simplesmente a denominação de um espaço na Praça da Alfândega com esse nome. Sobre as questões de conteúdo, eu vou falar no meu momento. Só para esclarecer, porque V. Exª, equivocadamente, disse que a Vereadora e eu instituímos um dia.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Não, eu falei do Dia do Consumidor, que não tem nada a ver com isso. O equívoco foi de Vossa Excelência. Primeiro, agora terminou o seu aparte, por favor, e, segundo, V. Exª não ouviu com atenção o meu discurso...

 

O Sr. Raul Carrion: Ouvi.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu falei do Dia do Consumidor, uma proposta do Ver. Adeli Sell, não de Vossa Excelência.

 

O Sr. Raul Carrion: Nós podemos depois olhar as notas taquigráficas. Houve um equívoco seu, só esclarecendo.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: O equívoco foi seu, o equívoco, desgraçadamente, foi seu. Se fosse meu, eu aceitaria crítica. Aliás, eu me equivoco muitas vezes também.

Quero lhe dizer que talvez o espaço da Praça da Alfândega, onde se encontra a histórica Torre do Petróleo, não precise de mais nenhuma outra homenagem, já que o povo brasileiro é homenageado tantas vezes em outros locais. E especialmente essa campanha cívica em prol do monopólio estatal do petróleo foi um insucesso muito grande, porque a Petrobras e o petróleo deixaram de ser nossos, por estarem bem acima das estruturas estatais brasileiras e bem acima dos interesses do povo brasileiro. Mesmo com essa denominação validamente proposta - porque o nosso Regimento aceita -, do ponto de vista ideológico e do ponto de vista de homenagem ao povo brasileiro, essa iniciativa foi à falência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Luiz Braz, demais Vereadores e Vereadoras, nós temos, no dia de hoje, dois Projetos que entram em 1ª Sessão e, se eu não me engano, um Projeto em 3ª Sessão. Mas vou me referir, Ver. Dib, aos dois Projetos de 1ª Sessão. Um deles institui a Feira de Artesanato do Divino, assim chamada por estar localizada em frente à Igreja do Divino, na Av. Osvaldo Aranha com a Av. José Bonifácio. Essa feira se realiza há 13 anos, desde de 1993, aos sábados, no chamado também Largo Dr. Lubianca. Aos sábados nós temos uma feira de artesanato numa parte da Av. José Bonifácio, temos a Feira Ecológica em outra parte, e há, bem próxima da Av. Osvaldo Aranha, praticamente num canteiro, essa Feira do Divino.

O Projeto é só de artesãos e visa regulamentar, para que eles tenham aquela segurança mínima, para não ser uma situação irregular. Inclusive anexamos aqui a composição dos artesãos que lá estão, evidentemente isso não necessariamente será fixo, e devo dizer até que os artesãos nos procuraram, porque a própria SMIC sugeriu que, através de uma lei, eles poderiam ter uma estabilidade no seu trabalho.

O segundo Projeto do qual queremos tratar é o Projeto que o Ver. Claudio Sebenelo abordou aqui de forma despectiva, de forma pejorativa, e nós compreendemos perfeitamente o porquê. Porque não faz parte do ideário da agremiação política que o Ver. Sebenelo faz parte, que é o PSDB, a defesa da soberania nacional, Ver. João Bosco Vaz. A luta da Petrobras é uma luta nossa, do PDT, do PTB, do PCdoB, do PT e dos Partidos populares e progressistas. Aliás, é bom que se diga, setores das Forças Armadas, da Campanha O Petróleo é Nosso... Inclusive é bom dizer que, no período do “tucanato”, do qual o povo não tem saudade alguma, eles queriam acabar com a Petrobras e transformar em Petrobrax, gastaram milhões de reais para mudar o nome, porque “petróleo brasileiro é ruim, falar em Brasil é ruim”. O que interessa para determinadas pessoas é a globalização, é o mundo, é a América do Norte. Então, para elas, Petrobrax ia ficar melhor para os investidores estrangeiros.

Também é bom dizer, Ver. Mauro - que está hoje aqui conosco -, que grande parte das ações que eram da União foram vendidas para o capital internacional e para o capital privado. Hoje a União e o Poder Público só detêm 51%; o resto venderam, uma empresa que tem tido lucro de bilhões de dólares, mas era essa a trajetória. Por isso, eles são contra a dar o nome ao espaço de “O Petróleo é Nosso”, que foi uma campanha nacional para a qual o povo, os estudantes, os militares nacionalistas se mobilizaram! Eu quero dizer que essa Torre foi instalada na Praça da Alfândega em 1960 pelos estudantes do “Julinho” para colocar a bandeira da Petrobras na nossa Cidade. Com o regime militar, ela foi retirada, foi escondida. Quando o Collares - e eu quero aqui parabenizar essa atitude, Ver. Bosco - assumiu a Prefeitura, na eleição de 1985, ele foi buscar a Torre no depósito da Prefeitura, onde ela estava, e a recolocou na Praça. Só que a Torre foi colocada num lugar muito escondido, e nós fizemos, então, um Pedido de Providências para colocá-la num local mais adequado. A Torre foi colocada ali na Praça da Alfândega, em frente à agência do Banrisul. Ela está num canteiro sem qualquer paisagismo, ameaçada muitas vezes por alguns que vêem o Projeto Monumenta como a história dos séculos antepassados e não consideram a história do petróleo como a história do nosso povo. Nós estamos denominando esse espaço da luta de “O Petróleo é Nosso”. Então, é este o significado. Nós queremos resgatar a Petrobras, se não é hoje a antiga Petrobras, criada pela Lei n° 2004...ainda é a que dá garantia de auto-suficiência do petróleo para o povo brasileiro. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero me referir a outros Projetos de Lei que ainda não foram tratados, mas quero retomar um pouco essa discussão sobre a questão de dar mais visibilidade aos espaços públicos de Porto Alegre e a essa luta do povo brasileiro pela garantia do petróleo. Acho que é muito importante a discussão, porque essa questão da luta pelo desenvolvimento de uma tecnologia brasileira para exploração do petróleo, inclusive fazendo hoje do Brasil um dos países pioneiros na perfuração do petróleo em águas profundas, tem um significado fundamental para a economia brasileira, pois coloca o Brasil em uma área fundamental para o desenvolvimento de qualquer país, que é a tecnologia de ponta, coloca pelo menos nesta área o Brasil com um projeto efetivo de desenvolvimento.

É importante estarmos discutindo essa questão da luta brasileira, do povo brasileiro, luta que foi fundamental para explicitar a importância do petróleo para o desenvolvimento do País, porque, realmente, quem desenvolveu essa campanha tinha uma idéia de futuro, tinha a compreensão de um projeto de nação. Neste momento em que se rediscute isso, também acho extremamente importante vermos ao que equivaleria hoje, do ponto de vista da construção estratégica para o Brasil, essa luta de 50 anos atrás pelo petróleo; creio que à luta pela garantia da biodiversidade brasileira.

A preservação da biodiversidade brasileira tem hoje um significado econômico que teve algumas décadas atrás a luta pela garantia do petróleo. No momento em que o Ver. Carrion traz à tona essa discussão, que eu acho que é uma discussão importante, eu não queria tratar dessa temática como uma temática de luta do povo brasileiro do passado. É fundamental que façamos essa discussão pensando que todos nós, os políticos deste País, temos a responsabilidade da preservação da biodiversidade brasileira, da Amazônia brasileira, do serrado brasileiro, dos mangues brasileiros, áreas que são fontes energéticas, fontes da biologia, fontes da medicina, do futuro, matéria-prima que nós temos em abundância, mas infelizmente sobre esses elementos não temos um projeto brasileiro para garantia, que passaria inclusive pela preservação das nossas fronteiras.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Rapidamente, Verª Clênia Maranhão, agradeço a sua intervenção reconhecendo aqui, de público, que V. Exª é uma lutadora pela soberania nacional, na defesa do petróleo; isso é importante.

Acho importante essa questão da biodiversidade da água, são grandes lutas. Dizer que hoje, no mundo, não existe a opressão imperialista, que busca tomar os nossos recursos naturais, seria ser muito ingênuo. E acho que estamos vivendo, até no Rio Grande do Sul, uma batalha importante, batalhamos para entrar no campo da microeletrônica. Hoje o domínio da microeletrônica, a produção de chips, é também uma questão essencial, e os grandes monopólios internacionais não deixam o Brasil entrar, tanto que o Ceitec é a primeira fábrica de microprocessadores na América Latina, e nós temos que, conjuntamente, com todas as forças, lutar para que ela também se imponha.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Concluindo, quero lembrar que temos um outro Projeto do Executivo, para o qual teremos que dar urgência, ele se refere à criação, à colocação, no Calendário Oficial do nosso Município, do dia 20 de outubro como o Dia da Defesa Civil. Eu acho importante marcar essa data, porque a Defesa Civil cumpre um papel de promoção estratégica contra as calamidades e dá atenção imediata em casos de catástrofes, e o fortalecimento da idéia da Defesa Civil tem um significado importante na qualidade de vida das pessoas.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, destaco Projeto que declara de utilidade pública a instituição Ilê Mulher, que talvez seja desconhecida pelo conjunto dos Vereadores, pela maioria, mas a instituição faz um trabalho extremamente relevante vinculado às questões de gênero das mulheres, promovendo a geração de renda, a mobilização das mulheres, marcando presença cultural nos momentos de carnaval, mas trabalhando com a cultura o ano inteiro.

O Ilê Mulher nasceu vinculado ao carnaval, à cultura afro-descendente e ao gênero, à afirmação do valor, do protagonismo, do respeito aos direitos da mulher, especialmente das mulheres negras. Mas a ação concreta mais recente e bastante meritória a que eu quero chamar a atenção é a Casa de Convivência que o Ilê Mulher mantém no Centro da Cidade para os moradores de rua. É um trabalho penoso, difícil, complexo, porque atender moradores de rua, propor geração de renda - as mulheres fazem costura -, organizar turmas de alfabetização dessas mulheres, desses adultos em situação de rua, organizar a sua higiene pessoal, a sua acolhida no dia-a-dia, a organização das suas roupas, a alimentação, é um trabalho complexo. A Casa funciona em um grande ginásio que, infelizmente, ainda não tem um forro de madeira, Ver. João Antonio Dib, o telhado é direto, com aquela telha que esquenta demais, é um lugar absolutamente quente no verão, mas, se você chega lá, encontra o ambiente extremamente limpo, organizado, cheiroso, gracioso. A gente chega lá e diz: “Não, mas isso aqui não é um espaço onde convivem moradores de rua”, porque, normalmente, entre os moradores de rua, há o uso da droga, há a desorganização, há os apetrechos, há a situação da sujeira. E lá é um espaço belíssimo, acolhedor, limpo, propositivo, que dá uma dignidade, que dá uma condição de humanidade sem igual aos moradores de rua. Eu não conhecia outro lugar tão bem cuidado e um tratamento tão bem dado como o tratamento da Casa de Acolhimento que o Ilê Mulher, que essa instituição mantém no Centro da Cidade.

Esses dias, eu encontrei na rua um casal com um nenê, e eles me colocavam a sua situação: estavam na rua, estavam em abrigos, à noite cada um ia para um abrigo, a esposa para um abrigo de mulher, e ele para outro. Eu perguntei: “Mas onde estão as coisas de vocês?” Eles responderam: “Estão lá na casa-dia - Casa de Convivência - do Ilê Mulher, nossas coisas estão guardadas lá, nós passamos o dia lá, é lá que nós podemos conviver enquanto família”. Vejam, moradores de rua têm de dormir separados à noite, não há como abrigar criança, homem e mulher, mas, durante o dia, eles vivem a sua situação de família. Então, o Ilê Mulher, uma entidade relativamente nova, jovem, tem todo o mérito e precisa desse reforço de ser considerada de utilidade pública.

Eu queria apresentar a entidade a esta Casa, pedir que agilizássemos a aprovação dessa distinção. O processo todo vai demonstrar esse trabalho sério, e quero dizer que, com uma entidade como essa, a cidade de Porto Alegre é uma Cidade sem par, igual não existe, onde a força da sociedade civil, em parceria com o Poder Público, deixa a Cidade certamente com uma qualidade de vida diferenciada de todas as outras cidades e capitais. Há mais de quatrocentas instituições que atuam com a criança e o adolescente, que têm esse caráter do Ilê Mulher, que têm um funcionamento autônomo, soberano, que produzem em política pública, que controlam o Executivo, inclusive definindo a respeito de convênios, a respeito de editais, a respeito de aplicação de recursos públicos, como o Funcriança; essa organização é única, é sem par, é preciosa. Qualquer Governo, qualquer cidade teria o maior orgulho de ter uma sociedade civil organizada, constituída, protagonista como a que nós temos. Então, esse é o caso do Ilê Mulher. Parabéns a Iara, a Rosemeri, que mantêm viva a instituição, que no carnaval é festa e alegria, mas que no ano inteiro oferece dignidade às mulheres e às pessoas em situação de rua.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu hoje preciso falar da Comissão de Justiça desta Casa e de S. Exª o Sr. Prefeito Municipal. O Prefeito Municipal editou um Decreto concedendo aos servidores municipais um reajuste, uma reposição salarial de 2,54%. Este Vereador, com toda a lisura, com toda a tranqüilidade, entendeu da ilegalidade do Decreto. No entanto, a Comissão de Justiça - especificamente a Comissão de Justiça - deveria, no Plenário, aceitar o Requerimento, mas os seus integrantes, com a exceção de um, negaram a possibilidade de ser examinado o Decreto do Prefeito, a sua legalidade.

A Comissão de Finanças solicitou à Comissão de Justiça - e aí não precisava a concordância do Plenário - a análise do Decreto ilegal de S. Exª o Sr. Prefeito Municipal, e agora eu quero ver a posição da Comissão de Justiça - que eu disse que deveria ser substituída por incompetência - diante do fato de o Prefeito ter enviado a esta Casa a reposição de mais 2,09%, que haviam sido subtraídos dos servidores municipais. Eu quero ver agora a Comissão de Justiça dizer - e acho que o Prefeito tem de mandar por lei - que aquele outro Decreto estava certo.

E note-se que o Prefeito, numa das suas colocações no Projeto de Lei, pede que a lei que autorizou a reposição salarial na data-base de maio, a Lei nº 9.870, no seu art. 1º, tenha acrescentada a expressão “por Decreto”; ele quer fazer por Decreto. Mas ele estava autorizado por lei a repor o IPCA, a repor a inflação, ele estava autorizado como anteriormente, na Lei da Bimestralidade, quando o Prefeito fazia o Decreto, mas ele fez um Decreto para o qual ele não estava autorizado, um Decreto absolutamente ilegal. Eu quero ver: se os 2,54% não precisaram de lei, por que os 2,09%, agora, precisam de lei? Essa é uma das curiosidades que eu tenho.

Mas eu sou um crítico quando preciso ser crítico e apóio quando tem de apoiar. Eu não tenho restrições mentais, para mim só existem o certo e o errado. Vejam que o Prefeito assina hoje algo, encaminha a esta Casa, pedindo autorização para suplementar, porque não estava prevista essa reposição. Então, eu pergunto: quando é que o Prefeito tinha razão? Quando? No dia 14 de outubro do ano passado, ele assinou um documento, mandando Orçamento para esta Casa. Ou ele tem razão hoje, quando pede suplementação? Literalmente estava escrito, lá na mensagem do Prefeito, em relação ao Orçamento: “Para a projeção do gasto de pessoal, fixou-se o limite compatível com as disposições legais e condicionais, tomando-se como base a folha de pagamento de novembro de 2004, efetivando a sua correção até maio de 2005” - ele corrigiu até maio de 2005 - “e ano a ano, aplicando sobre esse montante o IPCA projetado pelo Banco Central.

Assim, as dotações de pessoal embutem a garantia de suporte ao reajuste anual do índice de inflação oficial na ordem de 2006: 5,07; 2007: 4,71, 2008: 4,59.” Então, ele diz que está no Orçamento a reposição salarial, foi ele quem assinou, não fui eu. E a Comissão de Justiça me negou o direito de analisar o Decreto ilegal de S. Exª o Sr. Prefeito.

Adiante, ele vai falando que é justa a reposição, que ele tem recursos, e até fala em “compatibilizando o crescimento das receitas e da despesa com pessoal, assim como o fato de que a garantia de um índice externo sempre terá que, por final, cotejar as possibilidades financeiras geradas a partir das citadas variáveis internas. Por fim, vale ressaltar que as despesas com pessoal se apresentam em montante nominal inferior aos anos anteriores, em virtude da nova classificação dos gastos com aposentados e pensionistas determinado pelo Tribunal de Contas do Estado, transferindo da natureza de ‘despesa pessoal e encargos sociais’ para ‘outras despesas’ correntes, apesar de continuar a considerar para fins de limite da Lei nº 1001/00...”, a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Prefeito mandou, agora, ajudar, aquinhoar melhor a Secretaria Municipal da Fazenda e o Gaplan. Tenham a santa paciência! Ele errou num dos dois momentos: naquele, quando assinou o Orçamento e disse que tinha o dinheiro, ou agora quando ele disse que não tem. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste, quero novamente fazer o registro da Sessão Solene realizada neste plenário ontem para a concessão de Título Honorífico ao nosso ex-Ministro Arnaldo Prieto, com a freqüência de grandes autoridades, principalmente aqueles que vieram reconhecer o trabalho realizado como Ministro do Trabalho na época da memorável Presidência de Ernesto Geisel, compareceram Secretários do Estado de São Paulo, representantes de corretores e imobiliárias. Lamentamos a ausência de outras categorias que ele regulamentou, como a dos jornalistas, radialistas, não tinha ninguém presente, mas a maioria estava presente nessa justa homenagem.

Sr. Presidente e nobres Vereadores, abrindo os jornais de hoje, constata-se o trocadilho que se costuma fazer quanto à política “neoliberal” do Presidente Lula, que de neoliberal não tem nada, de liberal com certeza menos ainda, porque o Banco do Brasil, Sr. Presidente, obteve 96% a mais de lucro no primeiro semestre, todos os bancos do Brasil obtiveram 135% de lucro, nos últimos quatro anos, a mais do que nos Governos anteriores. E o empresário para tirar empréstimo paga juro no seu cheque especial de 155%! Meus amigos, no empréstimo pessoal, temos juro de 93% anual; na duplicata, são 55%, isso numa inflação que não existe. O que nós vemos, nobres colegas? O empresário que é para ser o grande artífice da política liberal... Se isso é política liberal, então não existe o empresário. Porque é do financiamento, do juro barato que o empresário faz o seu empreendedorismo, cria os postos de emprego, cria a riqueza da Nação.

Essa política que aí está, nefasta, em que Sua Excelência, “Sua Majestade” brinca de empresário, buscando lucros escorchantes da Petrobras e do Banco do Brasil... Eu pergunto: quem está pagando esse lucro? No Brasil, temos o preço mais alto do petróleo e as taxas mais altas, menos em relação à Suíça, dos juros e do serviço bancário. É o povo, é o povinho assalariado, para poder receber o seu salário mínimo, ele tem que pagar para abrir conta no banco. Esta é a realidade dos dias de hoje no País. E querem chamar isso de política neoliberal...! Neoliberal para o Lula seria um elogio, se ele assim o procedesse. Mas ele está fazendo uma política antineoliberal, aumentando os juros, cobrando esses juros e esses impostos da sociedade brasileira. É só pegar o dicionário e ver o que é a política neoliberal, nobre colega. O empresário liberal não quer grandes impostos. Aliás, a Heloísa Helena, candidata à Presidência da República, está tendo rasgos de liberalidade, dizendo que tem que baixar os juros, tem que baixar os impostos. Quer dizer, até ela já está mudando o seu discurso, que estava mais à esquerda do PT.

Eu acho que nós temos que ver os conceitos certos. Isso é uma política neo-socialista que eu não entendo, esse lucro escorchante dos bancos, esse lucro escorchante da Petrobras às custas do assalariado do Brasil. Hoje a gasolina não é mais usada somente pelo empresário, somente por aquele que produz, mas por aquele que trabalha também, para ir ao seu emprego, e ele paga a gasolina mais cara. A gente lê no jornal: 32% a mais de lucro para a Petrobras. Eu acho que o trabalho social da Petrobrás - O Petróleo é Nosso - que foi conquistado na década de 70, as 200 milhas do mar territorial, teve um fim social, não um fim exploratório do povo trabalhador do Brasil. Menor preço da gasolina, lucro razoável, não um preço escorchante, explorando o povo que trabalha neste País! Muito obrigado, Sr. Presidente, pela atenção dos nobres colegas.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiramente acho oportuno esclarecer alguns conceitos para as pessoas que nos assistem pela televisão. Do ponto de vista macroeconômico, Ver. Ismael Heinen, de fato a política econômica do Governo Federal tem limites grandiosos, pelas suas taxas de juro que sufocam a produção, que são justamente herança do Governo FHC, composto pelo PSDB e pelo PFL. Essa política que sufoca o setor produtivo, que prioriza o capital especulativo e que prioriza os grandes conglomerados internacionais é justamente o norte da política neoliberal no mundo inteiro desde a década de 70, com a Margareth Thatcher, na Inglaterra.

Mas eu venho falar de duas questões, Ver. Todeschini. Ontem e hoje, tivemos duas visitas importantes no nosso Estado: a visita do Ministro da Educação, Fernando Haddad, e a visita do Ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior. Eu acompanhei uma parte da agenda do Ministro Haddad e toda a agenda do Ministro Orlando e acho interessante pontuarmos as notícias que vieram trazer ao nosso Estado o Ministro Haddad e o Ministro Orlando.

Primeiramente, nós podemos observar, no dia de ontem, o que significa a retomada do investimento público na educação pública do nosso País. No dia de ontem, nós estávamos debatendo a criação de um novo pólo universitário em toda uma região do nosso País, a região da fronteira oeste do nosso Estado, que inclui Santa Catarina e Argentina. A criação da universidade do Mercosul, Verª Meneghetti - que presta bastante atenção -, dará possibilidade para que muitos jovens do nosso Estado e do nosso País acessem o Ensino Superior, mas não qualquer Ensino Superior, ele será mais voltado para a reflexão, para a produção de conhecimento em cima da nossa necessidade objetiva, para a produção de conhecimento para as necessidades do nosso Estado, do Estado do Rio Grande do Sul.

E hoje acompanhei o Ministro Orlando numa visita à Faculdade de Educação Física da UFRGS. Pelo fato de ser estudante da Universidade, vi a ESEF absolutamente destruída, Ver. João Antonio Dib, nos oito anos do Governo Fernando Henrique, quando não recebia investimentos. Não é querer falar mal do Presidente Fernando Henrique, é algo objetivo, é uma política, ele acreditava que não havia necessidade de universidade pública em nosso País. Ele titula isso, da reforma inacabada, no livro sobre os oito anos de seu Governo, porque não estabeleceu a privatização da universidade, mas a fez de maneira branca.

Eu tive a oportunidade de conhecer a Universidade no período Fernando Henrique, de conhecer a ESEF, mesmo com o esforço dos nossos professores de Educação Física e das nossas Reitorias... E depois visitei a ESEF com o Ministro Agnelo Queiroz, logo no início do Governo do Presidente Lula, e visitei hoje pela manhã com o Ministro Orlando Silva. Ali nós pudemos ver o desenvolvimento de uma política de Educação, uma política voltada para o esporte, não somente para o esporte de alto rendimento. E nós temos equipamentos de última geração, em que os atletas do glorioso Internacional fazem os seus exames, acompanham o seu crescimento - o Grêmio não faz lá, tem um equipamento próprio. A Daiane dos Santos fez suas revisões, o Marcelo Negrão, ex-campeão olímpico de vôlei, também se reabilitou na UFRGS, mas, além dos atletas de alto rendimento, nós montamos, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o trabalho dos Ministros Agnelo Queiroz e Orlando Silva, no Governo do Presidente Lula, uma verdadeira estrutura de envolver os nossos jovens, as nossas crianças de 5 e 6 anos em atividades esportivas. Hoje pela manhã, eu tive a oportunidade de ver cinqüenta crianças, dos bairros mais pobres da nossa Cidade, como verdadeiras atletas da ginástica olímpica no solo que foi criado agora na Faculdade de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acho que essas são ações concretas que demonstram, na prática, a diferença de Governos que priorizavam o não-investimento em políticas sociais includentes, e demonstram, ao mesmo tempo, Verª Maristela Maffei, a capacidade que temos, no nosso País - a partir de professores com boa vontade, de jovens com boa vontade, de cidadãos e cidadãs empenhados em mudar a Nação -, de, com pouco recurso, alterar drasticamente a condição de muitos e muitas que estão em situação de risco.

Eu estive, com o Prefeito Fogaça, com a Verª Maristela Maffei e com o Deputado Beto Albuquerque, junto com o Ministro Orlando Silva, olhando a área onde será instalada uma pista de skate aqui na cidade de Porto Alegre, na frente do lago Guaíba, na frente da Usina do Gasômetro. Pista que será implantada em função de uma Emenda parlamentar do Deputado Beto, mas que só foi liberada por uma política includente da juventude do Governo Federal. Acho que são políticas reais e efetivas que demonstram, na prática, o significado de Ministérios voltados a devolver a capacidade criativa, a capacidade de sonhar e a cidadania ao povo deste País maravilhoso em que nós vivemos. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje eu me permito falar em futebol, que é o grande tema deste dia. E o faço saudando, desde logo, os desportistas desta Casa, que são 35, além do orador que está na tribuna. Somos 36 desportistas, e o faço, Sr. Presidente, na convicção de que o clube gaúcho que hoje nos representa na finalíssima da Taça Libertadores da América construiu o seu caminho através da desportividade e da competência da sua Direção e do seu comando. Então, quero registrar, antes de conhecermos o resultado, efusivas congratulações, que faço desta tribuna, ao trabalho desenvolvido pelo Internacional.

Quanto ao resultado, à faixa, é claro que não posso adivinhar, mas já posso registrar que, sem dúvida, ele é a culminância de um trabalho diretivo realizado com competência pelo Presidente Fernando Carvalho, assim como tenho plena convicção, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de que o brilhante caminho trilhado pelo Grêmio Porto-Alegrense no seu passado de grandes competições internacionais teve o comando firme e clarividente do Presidente Fábio Koff. Não se chega, Sr. Presidente, a essas alturas apenas cuidando da meia-cancha ou da zaga ou da capacidade ofensiva; chega-se com tudo isso, mas não sem comando e liderança, ou seja, não se chega a lugar nenhum, numa palavra, sem uma boa Direção.

Uma lembrança que faço do Presidente Fábio Koff é a justiça que todo o Rio Grande e o Brasil já lhe fizeram transformando-o no grande líder do futebol profissional brasileiro, e é nessa família de grandes lideranças do esporte que se inscreve o Presidente Fernando Carvalho. Neste dia de decisão, quero registrar a alegria com que os colorados e o respeito com que os não-colorados acompanham este momento de decisão.

Sr. Presidente, neste minutinho que me sobra, no Tempo de Liderança, proponho-me a corrigir um equívoco do Ver. João Antonio Dib; não pretendo ensiná-lo a ser Vereador, ao contrário, aprendo com ele, mas seria bom que V. Exª respeitasse, nas decisões da Comissão de Justiça, o fundamento jurídico, porque nenhuma das suas decisões, Ver. Dib, que possa impedir a tramitação de um Projeto, terá sido com voto divergente. Veja V. Exª que qualquer decisão da Comissão de Justiça que obrigue o arquivamento de um Projeto é unânime! Então, faz bem V. Exª quando se refere aos doutos integrantes da Comissão de Justiça.

“Não se aprende, senhor, na fantasia, senão vendo, tratando e pelejando”, disse o grande Camões. Foi tratando, vendo e pelejando que os integrantes da Comissão de Justiça deram os pareceres unânimes que implicaram, eventualmente, no arquivamento de um Projeto. Mas V. Exª, Ver. Dib, comete uma injustiça, por engano, ao dizer que a Comissão de Justiça impediu o exame do Requerimento de V. Exª para avaliar a juridicidade de um Decreto do Prefeito Municipal. Não foi, Ver. Dib; foi o Plenário que impediu, foi este Plenário - este Plenário! -, que, pelo voto da sua maioria, entendeu que não é competência da Comissão de Justiça opinar sobre matéria alheia à tramitação desta Casa! Vossa Excelência dispõe do Poder Judiciário! E a consulta que fez?! Vossa Excelência dependia do Plenário, e o Plenário não o acompanhou, porque o respeito que o Plenário tem a V. Exª não é, Ver. Dib, maior do que o respeito que tem à lei e ao Regimento desta Casa. Saúde e paz, Ver. Dib!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, estive nesta manhã conversando com a Diretoria da Asdep, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul, muitos assuntos que envolvem o interesse da sociedade gaúcha e, de resto, as questões que envolvem a Segurança em nosso Estado e em nosso País.

Mormente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, diante deste brutal crime ocorrido na cidade de Cachoeirinha, quando um assaltante invade uma residência e, atirando, mata o filho do casal. É uma atitude das mais cruéis e brutais que se possa imaginar: invadiu a casa, fez a família refém e, impiedosamente, de forma brutal, cruel, desmedida, atirou contra o filho do casal! Isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, causou e vem causando um impacto imenso em Porto Alegre e, de resto, na região. Nós queremos aqui nos solidarizar com a sociedade, com a pobre família, com os pais, por esse brutal atentado à dignidade humana, ao ser humano, de forma inexplicável! Não há explicação possível! Imaginem o pai, a mãe vendo o filho ser abatido dessa forma!

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, algo está errado! Essas coisas não estão certas, Ver. Ervino Besson. Nós precisamos provocar uma alteração profunda no Código Penal e no Código de Processo Penal. Não é possível que verdadeiros animais... Aliás, nem devemos compará-los com animais, retiro o que eu disse. Não é possível que atitudes como essa verdadeira brutalidade possam acontecer e ficar tudo por isso mesmo!

Tivemos em São Paulo o que jamais poderíamos imaginar que pudesse acontecer: o PCC na TV Globo comandando o País, por assim dizer. Então, o que está lá em São Paulo, não tenho dúvidas, é o cartel de Medelin! São as FARC lá! Nós já estamos vivendo esse Estado paralelo! A sociedade vai ter que se levantar, porque há um pai, há uma família que teve o seu filho brutalmente tirado de dentro da sua casa. A esse pai, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se assegura toda e qualquer ação! A esse pai, que teve o filho retirado do seu convívio da forma mais brutal, se assegura toda e qualquer ação! Ele tem de fazer justiça! Ele tem o direito de fazer justiça, porque, se o Estado não assegura mais justiça e segurança, o cidadão tem direito, sim, de fazer justiça, pois não é crível, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, assistirmos a um quadro dessa dimensão, dessa gravidade!

Portanto, Presidente Luiz Braz, esse pai, essa família, tem o direito absoluto de tomar todas as providências contra um bandido dessa natureza, porque o Estado não assegura mais - e eu falo Estado enquanto instituição, vale para o Rio Grande do Sul, vale para o Brasil. Assegure-se a legitima defesa! Eu acho que essa família, que foi arrasada brutalmente, tem todo o direito de buscar justiça pelas próprias mãos, porque não é mais possível assistirmos a um quadro dessa natureza! Por isso que a população quer pena de morte! Noventa por cento da população quer pena de morte, porque não é possível assistirmos a quadros dessa natureza! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. Elói Guimarães. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje, nesta data histórica, a cidade de Porto Alegre está com toda a expectativa.

Eu quero contar um pedacinho do que o meu filho me observou quando perguntei por que ele iria para São Paulo de avião, mal-acomodado, ia para o Estádio do Morumbi, no meio de meia dúzia de loucos, para ver o nosso Inter, e ele me disse: “Ha, ha, meu pai! Há 26 anos eu estou esperando.” E como há quantos anos esperamos esta data!

E eu quero comemorar com antecedência, lendo um poema chamado “Vermelho Beira-Rio” (Lê.): “Guaíba espelho, dezembro/lembro ‘vez e hora’, ‘dar de relho’/no azul com o vermelho, cor primária,/da minha conta bancária,/ilusão engraçada,/saga que nunca apaga/o contraste indiscreto, abstrato,/do cinza da arquibancada de concreto/com o tapete clorofila./E ‘ela’, redonda, coração,/destila suor brahma negrão./A cada estufar de redes/mais lindo o ocaso,/caso ciumento mágoa,/cio, cimento e água,/coliseu monumento,/na areia a Beira–Rio./E nos fantasmas da Silverio,/bola com tento, desconexa,/Charuto bêbado - equilibrista Carlitos,/é que desfruto o hexa dos Eucaliptos,/chapliniano. E a volta, todo o ano,/dos malditos duendes da derrota./Mas se os vence, doido riso;/pouco importa! Inferno e paraíso/do povão, fanática seita,/aproveita, deita e rola,/tua devassa ligação com a bola,/num lance doce menina,/noutro messalina, traiçoeira.../A ti e a esta brisa/e à brasa das tardes incandescentes/antes que o time me mate/ainda num grande lance,/último arremate,/tua grama alcance/sem solução de continuidade/a velha nuança colorado,/encarnado, brasa, escarlate,/púrpura, sangue./Que teu expoente rubro-pira/confira este poema poente,/e que esta doença dolência/espante o dilema das perdas./ Então, explode a massa,/efêmero ocidente que passa;/e deixa que um rouco e louco locutor,/se fine,/da cabine:/É gol do Inter!É gol do Inter!É gol do Inter!” (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicito ao Ver. Ibsen Pinheiro, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Ibsen Pinheiro assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro; venho a esta presidência requerer resposta a um Requerimento que fiz ainda no ano passado - já busquei resposta por várias vezes junto à presidência desta Casa - que trata dos repasses dos recursos do Governo do Estado para a Saúde de Porto Alegre, em que solicito que seja apresentado um espelho, tal qual faz o Governo Federal com os recursos que repassa ao Município. Diariamente, nós temos recebido informações do Governo Federal, hoje mesmo temos 1 milhão e 145 mil reais sendo repassado à Saúde do Município, e, do Estado, nós não conseguimos saber e muito menos fiscalizar. Ainda não obtive nenhuma resposta desta Casa e gostaria de obter essa resposta, para poder ver os números que o Estado repassa à Saúde do Município, que, pelo que diz o atual Secretário Municipal, é zero, mas nós queremos conferir e confirmar esses dados. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Vossa Excelência encaminhe à Mesa a reiteração do pedido. Obrigado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu não vou “ensinar padre a rezar missa”, mas, se o Ver. Comassetto tem tanto interesse, ele que proceda ao Pedido de Informações à Prefeitura Municipal, até porque o dinheiro que vem do Governo Federal, se é que ele não sabe, é fundo a fundo e tem obrigação de passar no espelho desta Casa. O que o Governo do Estado repassa ao Município são verbas não de fundo a fundo, mas de projetos pontuais. Portanto, o pedido do Sr. Vereador, desculpe-me, não tem nenhum fundamento, ele que proceda a um Pedido de Informação.

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Srs. Vereadores, nós não estamos num período de debates.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu quero justificar o fundamento do meu pedido, porque, se o Vereador diz que não tem fundamento, e a Constituição do Estado diz que tem que repassar ...

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): As duas intervenções foram anti-regimentais, mas se compensaram, houve justiça distributiva no uso do tempo.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, também gostaria de me somar às congratulações e desejos de vitória ao Sport Club Internacional nesta noite. Sou uma gremista e sinceramente desejo que o time gaúcho, que o esporte gaúcho se afirme, porque, crescendo o Inter, cresce o Grêmio, porque o Grêmio, nos Gre-Nais, dá conta do Inter, então quanto mais forte forem, melhores somos nós!

Mas quero voltar às nossas questões municipais e acho que o Ver. Comassetto, quando levanta o problema dos Pedidos de Informações, está correto, porque há uma postura, uma política deste Governo, que se diz transparente, que se diz de diálogo, de não responder Pedidos de Informações. E nós temos, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, inúmeros Pedidos sem resposta, nós deveremos estar fazendo um levantamento, com prazos vencidos, e deveremos acionar a quem de direito - o Ministério Público. E um deles, por coincidência - um dos que eu fiz, mas os demais Vereadores devem ter feito também -, diz respeito ao DMLU. Em 17 de maio, nós encaminhamos, pela Bancada, um Pedido de Informações sobre o contrato da Cootravipa, com vários detalhes que gostaríamos de entender sobre seus serviços: por que estavam reduzidos, a que eram limitados, por que havia contratação da Cores para realizar serviços para os quais a Cootravipa já havia sido contratada. De maio até hoje, o Pedido está sem resposta, e estamos em agosto. E depois eclodiu a crise no DMLU, e eclodem as queixas públicas sobre o Sr. Garipô Selistre dos inúmeros contratos.

Nós estamos fazendo um novo Pedido de Informações para que o DMLU nos informe quais são esses 38 contratos terríveis de gerenciar. E queremos saber quais são, porque diz o Sr. Garipô Selistre, um ano e meio depois do início de sua gestão, que aqueles contratos... E nós sabemos que, por exemplo, Ver. Todeschini, o DMAE gerenciava 150 contratos e não tinha essa dificuldade, jamais ouvimos falar em propina, mordida, negociação, pilantragem, achaco. Ora, o senhor Garipô Selistre, deposto do seu cargo de Diretor do DMLU, Ver. Ervino Besson, disse, na imprensa, que a pilantragem, a negociação, o achaco, a mordida continuam. Isso é de anteontem. Ele está afirmando, portanto, que ainda, no DMLU, existem hoje a mordida, o achaco, a negociação e a pilantragem. Ele está dizendo que isso existe, mas a Direção esteve sob sua responsabilidade até anteontem, e ele não tomou providências sobre isso por quê? E nós não teremos nenhuma investigação? Se ele está afirmando que isso continua... Acho que é mais grave ainda a situação, porque, nos jornais de ontem e hoje, a comissão de trabalho está dizendo que o Governo está voltando atrás.

Bem, se a solução era uma megalicitação para duas grandes empresas, vamos acabar com os pequenininhos, porque eles ficam achacando, mordendo, há corrupção, não dá para controlar... Bem, a solução era a megalicitação. A megalicitação demonstrou, primeiro, que os valores estavam superaumentados, superfaturados, que o próprio Governo reduziu em 100 milhões de reais. Em segundo lugar, demonstrou que havia favorecimento de empresas, influência de grandes empresas. Agora, o Governo Municipal diz que vai fazer pequenos contratos novamente, voltará aos pequenos contratos. Portanto, voltará à situação de agora? Mas, se vai voltar à situação de agora, Ver. Haroldo, vai continuar a propina, a chantagem, a mordida, a pilantragem, a negociação? A situação é muito temerária, é uma situação não-desvendada, nós não sabemos que contratos são esses, qual é o volume de contratos, quem é que está acompanhando. Isso é uma caixa-preta, porque aos Pedidos de Informações não se informa nada.

Estamos refazendo e ampliando o Pedido de Informações: quem é que faz o controle sobre os atuais contratos? Quem é que vai ter controle sobre os novos contratos? Pois, pela lógica do Sr. Garipô, vai-se manter a lógica da mordida, da pilantragem. Então, é muito sério o que está acontecendo na Limpeza Urbana desta Cidade, e nós queremos transparência, nós não temos problemas em relação a essas insinuações dos períodos anteriores, não temos problemas em investigar, discutir, abrir. Nós queremos contribuir para que esta Cidade enfrente esse problema verdadeiramente, para que não se criem novos subterfúgios, criando outros tipos de relações nebulosas, que a Cidade não vai compreender se esta Câmara continuar omissa, encobrindo, se a imprensa continuar encobrindo, dizendo que foi um erro apenas e que está solucionado pelo Governo. Eu acho, gente, que está na hora de a Câmara de Vereadores se debruçar sobre esse tema, senão vai pesar sobre nossa responsabilidade a omissão, omissão absoluta: está na cara o que está acontecendo, e a Câmara não quer investigar.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, de fato hoje é um dia ímpar para todos nós, tenho certeza de que para os gremistas, para os caxienses, para o povo do Juventude, para o Brasil de Pelotas, para o Passo Fundo, para o Zequinha - para todos! - é um momento muito especial. Eu quero colocar da humildade que é necessária num momento como este. Nós, de forma alguma, podemos entrar “de salto alto”; é como em qualquer corrida, como na política, como na vida pessoal, também no esporte existem essas questões que são cruciais, tem que se ter uma grandeza, e essa grandeza nós temos que ter nesse momento.

Nós não vamos subestimar o time que vamos enfrentar hoje, o São Paulo, que é comandado por um técnico que ajudou a compor o nosso time, mas entraremos com a convicção de colorados, que, em qualquer situação, permanecem colorados, Ver. Dib. Quantos anos nós ficamos à espera dessa vitória? Eu mesma tenho uma filha de dez anos que é daquela geração que se tornou gremista porque nasceu bem numa época, Ver. João Bosco Vaz, em que o Grêmio foi Campeão do Mundo, e as relações da idade dela, as pessoas que estão junto com ela, são gremistas - e eu compreendo. Hoje nós temos uma geração de muitas crianças que estão nascendo coloradas, influenciados pelo momento, mas eu sou desde que nasci; meu pai era colorado, jogador também de futebol na sua juventude; permaneci e tenho orgulho de ser colorada.

Vou entrar lá com a convicção de “quero ganhar”, mas vou entrar lá com a convicção de que nós não podemos estar “de salto alto”, vamos respeitar o adversário, mas com convicção, com o coração vibrante, vendo aquela torcida maravilhosa que jamais abandonou o seu time, jamais perdeu a convicção de ser vitoriosa, porque nós compomos a grande massa colorada que compõe a população do Estado do Rio Grande do Sul. E nós não vamos entrar com espírito de violência, vamos entrar com espírito de competição e de um time, Ver. Haroldo de Souza... Com certeza, vai sair da sua voz a voz da vitória que vai levar o Sport Club Internacional para Tóquio ainda este ano, para que a gente possa hoje estabelecer a relação e carimbar o passaporte de quem ficou convicto trabalhando ano após ano para chegar a este momento e vibrar com uma coisa que eu e o Ver. Sebenelo temos muito em comum, que é a nossa conta ter a cor vermelha - nisso nós nunca vamos discordar!

Aqui neste Plenário tantos são colorados, mas hoje os gremistas, por mais que eles fiquem torcendo, eu tenho certeza de que lá no seu íntimo eles querem, sim, que o Inter empate, como na Libertadores, empate como Campeão do Mundo, para depois ir à revanche, e, aí, nós continuarmos nessa guerra de luta, de paz, de cidadania e de alegria que faz o nosso futebol. Em qualquer situação, viva o meu time de coração! Viva o Internacional! Força, Colorado, porque nós vamos vencer! Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero falar de uma série de ações vitoriosas, positivas, parceiras que são levadas pelos novos projetos da Prefeitura Municipal para a nossa Cidade, principalmente para as regiões mais pobres da nossa Porto Alegre, e muitas dessas regiões uma grande parcela desta Cidade - da classe média, dos bairros mais ricos - não conhece.

Mas eu quero antes, para recuperar a verdade nesta tribuna, dizer que, no ano de 2006, a Prefeitura de Porto Alegre já respondeu a 119 Pedidos de Informações feitos por estes Vereadores. Também quero dizer que, em 2006, 804 Pedidos de Providências foram respondidos por esta Casa, os demais estão dentro do prazo para resposta, porque, para nós, o diálogo é um instrumento fundamental nas definições políticas, na construção das soluções para a nossa Cidade.

Depois, eu queria, então, me reportar às novas ações de Governança que têm feito da gestão de Porto Alegre uma gestão extremamente inovadora e pioneira no que se refere à construção solidária dos problemas da nossa Cidade. Queria citar alguns exemplos. Falo das novas ações do Projeto Cuidando da Cidade. O que é o Projeto Cuidando da Cidade? São exatamente ações integradas que reúnem várias Secretarias e órgãos da Prefeitura, que, juntamente com a comunidade, promovem ações de melhorias nos bairros e incentivam os seus moradores a atuarem juntos com o Governo para o desenvolvimento local. São repassadas informações sobre saúde, limpeza das bocas-de-lobo, regularização dos hidrômetros e contas de água, a manutenção das praças e o reparo da infra-estrutura; estas são algumas das muitas, das inúmeras novas atividades, ações feitas pela Prefeitura de Porto Alegre.

Eu poderia citar muitas outras, vou pinçar aqui algumas, como, por exemplo, as ações que estão sendo feitas na Vila Glorinha, Ascensão, na região da Glória. Numa verdadeira Governança Solidária, a Prefeitura vem, junto com a comunidade, se articulando e se mobilizando para resolver os problemas locais. Poderia citar, por exemplo, o Programa Água Certa, desenvolvido pelo DMAE, em que os moradores podem regularizar as suas ligações e receber esclarecimentos em relação ao uso racional da água e ao parcelamento das contas em condições especiais. Esses novos projetos do DMAE colocam a comunidade mais próxima da solução de uma questão fundamental para a qualidade de vida, que é o acesso à água.

O que me surpreende é que parece que o Vereador e ex-Presidente do DMAE não fica muito feliz com isso, mas a comunidade de Porto Alegre, o povo da periferia, fica feliz porque a água é um direito, Vereador, e não importa o Governo que propicia esse direito. Portanto, todos os porto-alegrenses deviam ficar felizes com essa nova ação do DMAE, que democratiza as suas ações, que chega mais perto da comunidade e que, enfim, permite o consumo de água de qualidade pelos moradores de baixa renda e de áreas excluídas da nossa Cidade.

Nessas ações de parceria, no Projeto Cuidando da Cidade, nós destacamos os trabalhos do DEP, que realiza limpeza das bocas-de-lobo, que realiza, em diversos pontos da Cidade, limpezas na infra-estrutura dos esgotos da nossa Cidade.

E eu queria, por último, me reportar às ações do DMLU, que faz a manutenção da limpeza das vias, além dos serviços de rotina, como varrição e recolhimento do lixo. Os servidores do DMLU estão hoje recolhendo o lixo, verificando os locais onde são necessárias as instalações das novas lixeiras, e isso tudo é feito de uma forma integrada com o DEMHAB, por exemplo, que trata diretamente da regularização, dos contratos habitacionais da população.

Eu acho que é importante a possibilidade de podermos compartilhar esses avanços, esses sucessos, essas novas políticas públicas que atendem a população de Porto Alegre, a população que mais precisa. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, saúdo a todos.

Verª Sofia Cavedon, triste daquele Vereador que usa este microfone - e legalmente nós o usamos, graças a Deus, pelo mandato popular que temos - e coloca algo não-verídico. Quando a Verª Sofia Cavedon fala, parece que hoje o que acontece no DMLU só há um culpado, é o Garipô, que sequer completou um ano na Direção do DMLU.

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Não foi demitido, não. Gente, é triste quando se faz uma avaliação em cima de um homem digno e honesto, como o Sr. Garipô.

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Agora, nós temos, sim, é que fazer uma avaliação desde o período da compra dos incineradores, da história do DMLU, das falcatruas.

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Vamos fazê-la, então, Ver. Carlos Todeschini. Nós teremos condições de dar conhecimento para a população de Porto Alegre do que se faz, ao longo dos anos, dentro do DMLU, de tudo que estamos acompanhando, com denúncias e acusações. Como Vereador desta Cidade, entendo que temos que esclarecer muitas coisas que aconteceram ao longo desses anos no DMLU. Agora, nós não podemos aqui, conforme algumas colocações, achar somente um culpado: o Sr. Garipô, Diretor do DMLU. É triste quando a gente toca na dignidade de uma pessoa; essa pessoa - e nós o conhecemos - tem uma vida digna e limpa. Ele, corajosamente, meu caro colega, Ver. Carlos Todeschini, disse com todas as letras: “O que existe, o que está acontecendo dentro do DMLU é de hoje? Não é de hoje”. Nós sabemos que ex-Diretores foram condenados a pagar vultosas somas em dinheiro.

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Pelo menos, a Justiça condenou.

Gente, acho que nós temos que ir com muita cautela. Como eu já disse, não podemos, pela liberdade que temos neste microfone, crucificar uma pessoa que não tem cometeu tudo isso que a gente está colocando, não podemos fazer uma avaliação em cima de um cidadão da competência, da honestidade...

 

(Manifestação anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Eu sei, eu li, eu estou acompanhando, Verª Sofia. Conforme as colocações de V. Exª, o Garipô é culpado de tudo que aconteceu. Não é por aí a coisa. Se nós tivermos de apurar os fatos, vamos apurar, não só desta Administração, mas também fatos de outras Administrações. Eu acho que, se é o nosso dever, vamos assim fazer, vamos esclarecer, de uma vez por todas, o que está acontecendo e o que aconteceu ao longo da história do DMLU.

Para encerrar, quero referir que o Ver. Elói Guimarães, como brilhante advogado, foi procurado pelos familiares do rapaz que foi brutalmente assassinato, Ver. Mauro. Acho que nós temos, pelo menos, em um momento, que fazer uma avaliação do que já anda acontecendo com a nossa Segurança. Agora, meu caro telespectador, como é que fica uma família, um pai e uma mãe, que está com o filho do lado, e o elemento - aquilo lá não é gente, uma besta humana - descarrega o revólver, coloca uma bala no tambor e pratica esse brutal assassinato perante um pai e uma mãe? A gente nem sabe o que dizer. Se houvesse pena de morte, eu acho que não faltaria alguém para usar este microfone para defender contrariamente. Deveriam colocar uma besta humana dessas para ser sacrificada com pena de morte.

Para encerrar, Sr. Presidente, sei lá, queira Deus que esse assassino, essa besta humana caia nas mãos da nossa Polícia, e que a Polícia dê o tratamento que ele merece, pelo menos que ele sinta o que é o sofrimento de um pai, de uma mãe e de uma família. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Agradeço ao Ver. Ervino Besson.

Peço que seja aberto o painel para verificação de quórum, a fim de que possamos entrar na Ordem do Dia. (Após a apuração nominal.) Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h21min.)

 

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